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25/11/2020 17h16 - Atualizado em 25/11/2020 18h10
Voltaram os atores principais
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Paulo Schultz
Professor
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O retrato político do país, mesmo sem os resultados do 2o turno, é claro.
Volta a se postar no cenário a dualidade centro -direita x esquerda.
Numericamente a centro-direita levou vantagem, mas o conjunto da esquerda, teve no primeiro turno, e terá no segundo, vitórias encorpadas e importantes.
Há o vigor obtido pelo PSOL, a resiliência forte do PT, e a presença sempre importante do PC do B e outros da esquerda do país.
Há que se considerar também o germinar de novos quadros dentro da esquerda, candidaturas vitoriosas vindas da periferia, das minorias, da juventude, das mulheres.
Do lado da centro-direita, que parece ter retomado o espaço político perdido em 2018, vemos a emergência numérica de velhos partidos de direita clássica (PP, Dem) e do fisiológico centrão.
Um misto de raposas antigas, com filhotes novos da mesma espécie.
Este cenário posto remete à uma conclusão:
Sai da cena principal a extrema-direita, o bolsonarismo.
Que saiu minguadíssimo das urnas, o que aponta para o retorno ao seu tamanho de gueto.
Dada esta condição, somada a inaptidão e falta de habilidade para governar e dar conta da complexidade econômica e social do país, bem como a crise que se projeta para 2021, temos um indicativo que o fenômeno bizarro e destrutivo chamado Bolsonaro será uma andorinha de um verão só.
Para o bem da nação, afirmo.
Evidentemente trata-se de um indicativo.
Mas é o rumo apontado pelos resultados.
Aquele que sempre foi coadjuvante, e por uma circunstância infeliz foi alçado ao cenário principal, deve voltar ao seu papel de figurante.
E voltam os atores principais.
Primeiro, voltam dentro da realidade dos municípios, nas disputas locais de políticas públicas e na implementação de linhas ideológicas de governo bem distintas.
Segundo, se aponta para uma disputa, no horizonte, de projeto de país.
De um lado, subserviência ao poder econômico e ao capital, e migalhas conformadoras para o aspecto social.
De outro, um projeto de país soberano, com forte indução de crescimento social e construção de cidadania.
Foi o quadro que se firmou no cenário do país nas últimas décadas, não de maneira artificial, mas de maneira enraizada, social e politicamente.
Cenário apontado, atores principais a postos.
Vamos ao embate, que começa no plano local e desemboca no nacional.
Parece que a vida real da política do país está retornando.
Com direito à elencos parcialmente renovados, mesclados aos mais experientes.
Ao trabalho, cada qual com suas perspectivas.
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Comentários
Verdade professor Paulo! Voltam ou continuam as velhas raposas. Se não as velhas, os seus filhotes com as mesmas práticas eleitoreiras, se aproveitando da pobreza (em todos os aspectos), de número considerável de eleitores.
Terezinha Lazzaretti Krolikowski - 26/11/2020 13h46
Sempre preciso e objetivo. Notoriamente a centro-direita avançou bastante, conquistou espaços que não se imaginava seria possível eles conquistarem, pelo histórico longo de destruição que a centro-direita deixou nesse país. Infelizmente teremos que retomar um trabalho longo e concientizar novamente o povo.
Adalberto Paulo klock - 25/11/2020 23h42
Verdade Paulo,vimos um avanço de centro direita acompanhado da velha prática para Vitória nas eleições, mentiras,poder econômico, ameaças, que fazem parte da estratégia de campanha dos nossos opositores,além do ódio é da maldade
Helena - 25/11/2020 22h16