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12/11/2022 14h06 - Atualizado em 12/11/2022 18h11

Uma façanha histórica e muitas batalhas mais

Paulo Schultz Paulo Schultz
Professor
Sim, nós vencemos.
 
Enfrentando uma máquina pública poderosa utilizada descaradamente para favorecer o atual presidente.
 
Bilhões do orçamento federal foram despejados na tentativa de comprar a reeleição.
 
Nunca se viu algo parecido na história da república brasileira.
 
Na cara dura, e com complacência da maioria do Congresso.
 
Enfrentamos também a força de recursos volumosos vindos da iniciativa privada, sobretudo de grandes empresários e do agronegócio.
 
Dinheiro que entrou pela via oficial da campanha do capitão, mas que também entrou pela via subterrânea para financiar a parte suja da campanha.
 
Infelizmente essa parte subterrânea é muito mais difícil de se revelar, em termos de provas.
 
Quem é profissional no mundo subterrâneo  sabe muito bem como fazer as coisas para que elas não apareçam.
 
Vencemos também uma pressão brutal e cruel sobre os trabalhadores das indústrias, do comércio, sobre os trabalhadores que servem ao agronegócio.
 
Ameaças, chantagens, coações, tentativa de aliciamento do voto sob promessa de dinheiro extra - um movimento escancarado, feito em escala diária, começando já na pré-campanha e passando por todo o período da campanha, até o final do segundo turno.
 
Vencemos uma horda de pastores e lideranças do mundo evangélico, gente torpe, picareta e sem caráter, que aproveitando da condição de humildade da grande maioria dos fiéis, tocou o medo, o terror, para cima dessa gente... pegando assuntos chave que são importantes para essas pessoas.. e fazendo uma massificação de informações de que Lula e o PT iriam atingir em cheio isso que é importante para toda essa gente..em termos de fé e valores.
 
Vencemos uma horda bolsonarista/ fascista  fanatizada, violenta e armada.
 
Tão impositora de medo que impediu a maioria dos militantes e simpatizantes da candidatura de Lula de poderem usar um adesivo no carro, uma camiseta, carregar uma bandeira.
 
Um silêncio imposto pela força bruta, propositalmente para que só um lado prevalecesse.
 
Vencemos uma máquina gigantesca produtora de mentiras, desinformações e manipulações.
 
Fake News produzidas em escala industrial e ininterrupta,  sete dias da semana, 24 horas por dia, e sendo jogada em torrentes de milhões via redes.
 
Sim, vencemos tudo isso.
 
A batalha-mãe das batalhas: a eleição.
 
Onde a esperança venceu o ódio e o medo.
 
No imediato  pós campanha.. sucederam-se outras batalhas...
 
Primeiro, o capitão transtornado que não reconheceu a derrota, propositalmente.
 
Jogando com a perspectiva de que sua horda ocupasse as ruas tentando se fazer valer à força.
 
Algo do tipo.. "eu perdi, mas não aceito e quero ganhar na marra".
 
Seguiram-se bloqueios nas estradas do país, feitos de maneira articulada e financiada por empresários, colocando o gado imbecilizado e raivoso como bucha de canhão, na tentativa de criar caos.
 
Passo seguinte foi a ocupação da frente dos quartéis.. pedindo intervenção militar.. sob alegação de fraude.. e combate ao comunismo (que aliás eles não sabem nem o que é).
 
De novo... dinheiro de empresários  .. de gente que se esconde... e que bota a ordem imbecilizada e fanática para ser bucha de canhão do movimento.
 
Um movimento que permanece ainda em frente aos quartéis, embora esteja sendo mitigado dia após dia, uma vez que, até para ser trouxa e imbecil, isso cansa.
 
Por fim o auto poder concedido das forças armadas,  de poder moderador e validador do resultado das eleições.
 
Desde quando as forças armadas tem a prerrogativa legal de dizer que uma eleição vale ou não vale ?
 
Ora, recolham-se à sua função constitucional, e vão  comer salmão, fumar charuto cubano e tomar whisky importado dentro dos quartéis,  se não têm o que fazer.
 
A eleição acabou dia 30 de outubro, o resultado foi proclamado pelo TSE e o processo eleitoral foi legítimo. Ponto.
 
Haverão outras batalhas no andar do governo que pretende resgatar a cidadania, e devolver o país para milhões e milhões de excluídos, além de fazer a economia crescer de maneira harmoniosa, com desenvolvimento econômico que combine inclusão social e oportunidades para todos.
 
Há uma extrema direita fascista que precisa ser combatida.
 
Há setores reacionários da sociedade que farão de tudo para o governo ser boicotado.
 
Mas cada coisa a seu tempo.
 
Por enquanto, tenhamos a noção de que fizemos parte de um momento histórico da república brasileira.
 
Em que,  apesar das poderosas forças contrárias, fizemos a esperança e o amor prevalecer.
 
Como diz a música, "amanhã há de ser outro dia",  e esse novo momento já começou.

 

Este artigo é de responsabilidade exclusiva do seu autor, não representando necessariamente a opinião do portal.

 

Comentários

Muito bom, exatamente assim, o amor venceu o ódio, o dinheiro, a violência, a máquina público, agora voltou a esperança de dias melhores ?? agora queremos justiça por todos os crimes cometidos contra o povo brasileiro, eu tenho fé que com Lula conseguiremos voltar a sorrir , 2023 será o ano de recomeçar, afastar o facismo do Brasil

Teresinha Ditz Ames - 13/11/2022 22h34

Muito bom, exatamente assim, o amor venceu o ódio, o dinheiro, a violência, a máquina público, agora voltou a esperança de dias melhores ?? agora queremos justiça por todos os crimes cometidos contra o povo brasileiro, eu tenho fé que com Lula conseguiremos voltar a sorrir

Teresinha Ditz Ames - 13/11/2022 22h32

Muito bom, exatamente assim, o amor venceu o ódio, o dinheiro, a violência, a máquina público, agora voltou a esperança de dias melhores ??

Teresinha Ditz Ames - 13/11/2022 22h28

Amigo Paulo, você é fantástico. Conseguiste sintetizar nesse texto exatamente o atual contexo. Agora cabe a cada um e cada uma de nós contribuir na reconstrução desse país arrazado prka ignorância e estupidez. Lutemis como movimentis sociais, poderes públicos e sociedade civil organizadas para que o Brasil volte a normalidade e sejamos uma grande nação.

Noemi de Araújo Bauer - 13/11/2022 13h33

A tarefa para o campo progressista, sempre foi árdua. Necessário, e muito, a presença desse campo no contexto.

Mara Guacira - 13/11/2022 10h18

Precisamos fazer uma grande luta para democratizar nosso país! Os partidos políticos que defendem a democracia tem uma grande responsabilidade nesse processo.

NEUSA MACHADO - 13/11/2022 09h40

Vitória a ser mantida com muita batalha! O fascismo conseguiu plantar raízes fortes em milhões de brasileiros!

Magnus Langbecker - 13/11/2022 09h11

 

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