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12/10/2011 23h09

Ciclista: Esporte de Risco

Roberto Colpo Roberto Colpo
Graduação em Direito pela FADISA, especialização em Direito Civil e Processo Civil pela URI, especialização em Direito Ambiental e Urbanístico pela LFG. Atualmente é advogado - Escritório de Advocacia Roberto Colpo. Tem experiência na área de Direito Ambiental, Direito Privado, Direito Público e Direito Eleitoral com 8 anos de experiência como Procurador Geral do Município de Santa Rosa/RS.

Tudo começa com o desejo de praticar esportes e a escolha determina o destino. Caminhar, correr, nadar, malhar, são esportes aceitáveis na sociedade. Porém, se escolher o ciclismo prepare-se para assumir o risco da segregação social. A distinção provém da disputa por território com automóveis, motocicletas, caminhões e ônibus.
A calçada pertence ao pedestre; a rua ou rodovia, aos veículos automotores. Logo, aos ciclistas sobra nada.
Ciclo via não existe e ciclo faixa, aos olhos dos motoristas, igualmente não existe. Em razão disto o ciclista torna-se um intruso, um estorvo ao fluxo de veículos, um entrave à pressa, às idas e vindas dos apressados que sequer sabem para onde estão indo, apenas vão abrindo caminho à força, sobrepondo o poder de suas casamatas motorizadas.
Ser ciclista é ser segregado do trânsito. É ser vítima em potencial de seres cuja perturbação é maximizada pelos veículos que pilotam. Na verdade, a sociedade ignora a existência do ciclista, o que pode ser notado pela ausência de estacionamento para bicicletas, ausência de políticas públicas para o cidadão ciclista, embora aqueles que mais necessitam do olhar do Poder Público tem na bicicleta seu meio de transporte.
O Governo Federal doou bicicletas para moradores do interior de algum lugar do Brasil, mas esqueceu de dar-lhes ciclo vias e a segurança de andar nelas. É como estimular a compra de carro sem fazer estradas. Uma piada demagógica. Aqui na Santa cidade capital da soja não é diferente.
Fumar faz mal à saúde e milhões são gastos em campanhas publicitárias dos governos. Entretanto, andar de bicicleta faz bem à saúde e nada é gasto para estimular a prática.
Junto com a bicicleta há um ser humano querendo ser saudável, querendo usar um transporte alternativo, contribuindo para a melhoria das condições do planeta e, pois, de todos os seres vivos que o habitam. Mas os motoristas insistem em não ver os ciclistas. Parece demonstração de poder do capital, cuja máxima é o mais poderoso subjugar o mais fraco. Sinto que o Detran precisa implantar um teste psicológico mais rigoroso na emissão das CNHs.
Até quando os ciclistas serão invisíveis aos motoristas e ou à própria sociedade?
A convivência é possível, bastando que cada um não faça aos outros o que não gostaria de sofrer pelas mãos dos outros. Não há perda de tempo cuidando de vida humana, respeitando o ser humano e as diferentes escolhas destes.
É tempo de despertar, reduzindo a velocidade e prestando atenção no seu igual, motorista, senão poderás virar estatística, fazendo uma vítima e virando réu em processo penal e civil onde perdem todos.
Pacifique o trânsito aprendendo a dividir a via pública, onde tu não estás sozinho.

 

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