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11/11/2011 21h06
Fisiologismo
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Ivo Ricardo Lozekam
Consultor de Empresas na Área Tributária, Formado em Ciências Contábeis, especialista em tributação na área de Icms, com clientes no segmento industrial e de transportes.
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Fisiologismo oficialmente é uma palavra derivada da fisiologia, ramo da biologia que investiga as funções orgânicas e os processos vitais, como o crescimento, respiração e nutrição.
Fisiologismo, também é a palavra que mais dói ao ler no noticiário político brasileiro, pois aqui no Brasil, esta palavra tomou um uso pejorativo, e significa, em nossa linguagem, a prática política voltada para o interesse e proveito personalizados do praticante.
Nesta acepção brasileira, porém muito empregada, fisiologismo passa a ser uma palavra derivada de política e administração, (fisiologia+ismo) ao invés de ser derivada de biologia, que é o estudo da vida, (bio=via, logia=estudo). Uma palavra tão nobre como fisiologia, levada a tão baixa acepção, e frise-se apenas no vocabulário brasileiro.
Esta acepção pejorativa da palavra fisiologia demonstra o quão corrompido moralmente está nosso sistema político. Está em estado de putrefação, palavra que em biologia significa a decomposição das matérias orgânicas, pela ação das enzimas. (no caso enzimas=corrupção).
E para o fisiologismo político, nada mais conveniente do que conseguir diminuir o poder de fogo da imprensa. Existe um movimento crescente na tentativa de “reformar” a lei da imprensa, cujo artigo primeiro preconiza que É livre a manifestação do pensamento, e a procura, o recebimento e a difusão de informações ou idéias, por qualquer mio, e sem dependência de censura, respondendo cada um nos termos da lei, pelos abusos que cometer.
A imprensa é o quarto poder neste país, depois do executivo, legislativo e judiciário, e em alguns aspectos é o poder que mais traz resultados práticos, neste ano a imprensa derrubou cinco ministros corruptos, vejamos:
Casa Civil - Antonio Palocci - Foi o primeiro ministro a cair no governo Dilma Roussef. Já havia sido obrigado a sair no ministério do governo Lula em 2006, após o caso Francenildo. Sua saída começou a se desenhar quando a Folha de São Paulo denunciou dia 15 de maio que seu patrimônio aumentou 20 vezes entre 2006 e 2010.
Transportes - Alfredo Nascimento - Começou a perder o cargo, quando a Revista Veja denunciou, no dia 2 de julho, um esquema para cobrança de propina na pasta e em órgãos ligados, como do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes e a Valec, que administra as ferrovias.
Defesa - Nelson Jobim - Mostrou-se pouco a vontade no Governo Dilma, tendo dado a imprensa uma série de declarações polêmicas. Na festa dos 80 anos de Fernando Henrique Cardoso, disse ser obrigado a conviver com idiotas no governo, depois afirmou ter votado em José Serra. Ainda, na Revista Piauí, classificou a ministra Ideli Salvatti como “fraquinha” e afirmou que Gleisi Hoffman não conhece Brasília. Saiu por incompatibilidade e não por denuncias de corrupção.
Agricultura - Wagner Rossi - Não suportou a pressão após diversas denúncias de corrupção na Conab entre elas o pagamento de propinas em troca de contratos e favorecimento em troca de financiamento em campanhas eleitorais.
Turismo - Pedro Novais - Entregou o cargo após denuncia do Jornal Folha de São Paulo, que teria utilizado dinheiro da Câmara para pagar o salário da governanta de seu apartamento em Brasília. Antes da posse, o Jornal do Estado de São Paulo, revelou que quando deputado, Novais pediu ressarcimento de R$ 2.156 a Câmara por despesas em um motel em São Luiz-MA. Em agosto, seu secretário executivo, Frederico Costa foi preso pela Polícia Federal, por liberação irregular de verbas públicas para a ONG Ibrasil.
Esportes - Orlando Silva - Em fevereiro, o Jornal o Estado revelou irregularidades no Programa Segundo Tempo, instrumento financeiro do partido. Investigações do Tribunal de Contas da União apontam irregularidades no repasse de verbas do Ministério para ONGs, de longa data. Diante da repercussão negativa para o Ministério, responsável pela Copa de 2014, Dilma tentou mantê-lo até o fim. Mas sua saída foi confirmada na quarta feira, dia 26.
O apoio a qualquer governo, independente da coerência entre as ideologias ou planos programáticos, também pode ser chamado de fisiologismo, ou promiscuidade.
No Brasil, não temos correntes políticas opostas, assim como nos EUA, que tem de um lado os Democratas e do outro lado, os Republicanos. Todos os partidos aqui têm a mesma origem, nasceram da luta contra a ditadura. É como o sábio ditado popular “Tudo Farinha do Mesmo Saco.”
Partidos de origem socialista e capitalista fazem alianças com partidos comunistas. É como se gremistas e colorados, se unissem e passassem a torcer ao mesmo tempo para ambos os times, algo que não faria sentido, dado a rivalidade histórica. Mas na política, não existem rivalidades históricas, existe hipocrisia e muita. A máscara social dos políticos se confunde com sua própria personalidade, eles incorporaram a máscara, pois na maioria são mascarados.
Alguém sabe dizer por que o Ministério dos Esportes tem que ficar com o PCdoB? Aldo Rebelo é sabidamente comunista. Assim como Orlando Silva. O comunismo é baseado na propriedade coletiva. Seria este o motivo, pelo qual se confundem os recursos do Ministério, com o sendo recursos que podem ser usados de forma pessoal, para o fim que bem entenderem?
A Agricultura e os Transportes sempre foram os setores mais importantes da nação. E mais recentemente, juntamente com o Turismo e os Esportes, se enquadram sem dúvida entre as pastas mais importantes. O que dizer quando cinco ministros destas mais importantes pastas, em menos de dez meses tiveram que deixar seus cargos por denúncias de corrupção. Denúncias que se não fosse a imprensa livre, não viriam a tona e estes Ministros estariam lá ainda, na livre prática do fisiologismo e da corrupção.
A política virou um negócio, um ramo de atividade promíscuo. Corrompida moralmente. Deputado foi eleito para legislar e não para ser Ministro.
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Comentários
Excelente, didatico e atual
Carlos - 20/10/2014 20h48