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20/11/2011 20h29

Por que ser Político?

Roque Aloisio Weschenfelder Roque Aloisio Weschenfelder
Graduado em Letras, professor de Português, Inglês e Literatura, escritor premiado em dezenas de concursos literários e textuais diversos no Brasil e em Portugal, integra mais de meia centena de antologias literárias.

Seguidamente ouvem-se afirmações como esta: todos os políticos são ladrões; ou, político é tudo igual; ou, não tem político honesto; e assim por diante. É claro que não se pode concordar generalizando desta forma. Mas uma pergunta insiste em se repetir: por que tantas pessoas capacitadas para administração e legislação querem distância de qualquer cargo político?
Uma das respostas a esta pergunta é exatamente a generalização acerca dos políticos mal falados. Outra é a burocracia que cerca o fazer público. O Brasil é um país com tantas leis que as próprias câmaras de vereadores precisam de escritórios de apoio a fim de definir se algum projeto tem vício de origem e/ou se é constitucional. Para realizar compras qualquer setor público precisa abrir diversos processos licitatórios, até para estudos de viabilidade. O setor de assessoria jurídica precisa de vários advogados e sem um parecer destes não é possível que diretorias, secretarias e o próprio prefeito decidam algo. É óbvio que pessoas proativas não aguentam toda a morosidade que essa burocracia - faz a famosa burocracia dos tempos da União Soviética ficar ínfima - e por isso preferem tocar suas atividades privadas.
Quem se dispõe a ser vereador, prefeito e ser secretário, diretor, procura primeiro ver como é o ambiente de trabalho e muitos dos pretendentes desistem ao ver os volumes de papel a envolver qualquer questão de gastos com o dinheiro público. 
Outra questão é a ideologia. Há algum tempo não se sabe o que é direita ou esquerda, tudo é socialismo e nada o é também. As ações condenadas e criticadas num antecessor no cargo executivo passam a ser executadas do mesmo modo. Um exemplo claro é o que aconteceu com a ex-governadora Yeda Crussius que foi execrada quase de tantas críticas recebidas por diversos setores funcionais do governo. Seu sucessor o governador Tarso Genro, já no primeiro ano, age do mesmo modo com relação ao funcionalismo e notadamente ao magistério, fazendo de tudo para não incrementar o piso nacional dos salários, que, convenha-se, é um piso longe da importância do cargo.
Como fica o eleitor frente a tudo isso? Quem almeja ser político, em qual partido vai se filiar? Pelo que se observa nos últimos anos quem é parceiro em nível nacional pode ser oposição no estadual e no municipal. É lógico que os políticos devem agir em primeiro lugar em prol do bem comum, porém, o lado ideológico cada vez menos está presente nas atitudes dos detentores do poder. Fica difícil pertencer a algum partido sem parecer que isso seja para conseguir cargos e/ou benesses. Não é por acaso que tanta corrupção está sendo anunciada a cada momento. O lugar do bem comum é um cofre particular ou partidário na maioria dos casos. Mesmo ministros demitidos, secretários depostos, prefeitos e governadores cassados ficam sem ter de devolver as somas desviadas. Então o cidadão honesto fica com um pé atrás, pois se entrar na política certamente não terá um partido em que nunca algum nome forte foi motivo de vergonhas.
O sistema político brasileiro não está do jeito como os que poderiam ser bons políticos almejam.

 

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