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30/06/2011 22h47 - Atualizado em 30/06/2011 23h00

Brasil F*****

Sávio Hermes Sávio Hermes
Advogado e Escritor.

Não é raro receber emails para fins de compor lista de protesto contra a barragem de Belo Monte. Os motivos são vários. Desde problemas técnicos, custos da obra, impacto ambiental. O Bono não acha legal. A OEA prefere uma usina nuclear e os índios querem uma Toyota em troca das terras.
E nós o que queremos? Um exemplo matreiro. O rio Santa Rosa, que divide Santa Rosa e Três de Maio, há muito abrigava uma PCH da CEEE. Depois recebeu mais uma lá pelas bandas de Candeia. Uma pedreira. Vai ser chupado pela ETA que está parada, mas um dia vai funcionar. Há estudo de construção de uma PCH nos fundos de Bela União e como chantili, ou melhor, leite condensado, indústria de alimentos já desmatou a margem para construção de seus aquedutos, perto da ponte.
Até hoje não recebi um email para aderir à campanha em prol do rio Santa Rosa. Certa feita um desconhecido amigo meu, queimando árvores que caíram com o temporal, recebeu uma visita. Depoimentos. Respondeu por crime ambiental. Tem ficha suja.
O rio Pessegueiro está como a porta do inferno, não tem mais esperança, mas o Santa Rosa, ainda dá peixe. Dá para tomar banho no verão. Tinha aparência de um rio vivo. E por que ninguém se importa? A água que tomamos é do rio Santo Cristo. Belo Monte é no rio Xingu.
Se alguém for para Oberá (ARG) e entrar em alguma rua errada no caminho vai ver pendurado pelas casas, cartazes com a inscrição no ‘as las represas’. Por aqui o assunto são royalties. Quantas árvores tu tens no pátio multiplicado por dez, à vista. Uma casa no loteamento novo. Um carro do Pará. E o resto fica para os juros do cheque especial. E o rio Uruguai um retrato na parede.
E é só isso. Tudo certo. Os loques da cidade não querem saber de mais nada. Tendo gasolina e mercado aberto domingo está bom. Enquanto isso a prefeitura tem um presidente municipal da comissão provisória da república. Por certo, queremos ligar o DVD, o climatizador, a máquina de lavar; mas até que ponto isto é real?
Se existe uma inspeção veicular para medir a quantidade de CO2 e reduzir o consumo de combustível, por que não inspecionar as chaminés e os dejetos jogados no rio? Para economizar lenha, tipo assim.
O que queremos - não sabemos. A natureza sabe e não fala. Talvez um espelho, um playstation, uma lata de leite em pó. E, principalmente, uma causa importante para nós engajarmos, quem sabe o Greenpeace.
 

 

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