zulupa.com.br
sexta-feira,3 de maio de 2024

Colunas / Variedades

 

05/06/2011 20h52

Relações Familiares das Pessoas com Deficiência

Rita de Cássia Sippert Strasser Rita de Cássia Sippert Strasser
Acadêmica do curso de Serviço Social da FEMA e estagiária da APAE.

Para entendermos as relações familiares da pessoa com deficiência, não podemos analisá-la fora do contexto sociopolítico-econômico e cultural, pois elas acontecem dentro de uma estrutura que lhes influenciam diretamente. Mais do que nunca, essas relações fazem parte das questões sociais, uma vez que nelas estão presentes os diversos processos que caracterizam as novas expressões da questão social. Ali, na particularidade do contexto familiar, percebemos a presença de condicionantes universais, que por sua vez, se manifestam de forma singular.
Percebe-se que existem alguns aspectos comuns que marcam as relações familiares da pessoa com deficiência, como: frustração, negação, rejeição, culpa, conflitos, preconceito, super-proteção, aceitação (ou não aceitação), entre outros. No entanto, embora toda relação familiar apresente, no mínimo, um ou mais desses aspectos, a maneira como cada um deles se manifesta é diferente.
Podemos afirmar que a gravidez é um momento onde se manifestam vários tipos de sentimentos, seja ela planejada, desejada ou não, quando estamos a espera de um filho não pensamos exclusivamente em como este será para os pais, mas de como será na sociedade, pois vivemos em um sistema capitalista onde nossos filhos não são idealizados para serem meramente perfeitos para os pais, mas também para o meio que os cerca. Sabemos que as relações acontecem entre dominantes e dominados, onde todos precisamos estar preparados para competir sempre, sendo assim, é freqüente o sentimento de super-proteção a um filho com deficiência.
A necessidade de refletir, de pesquisar, de compreender, de analisar, de se colocar no lugar do outro em muitos momentos e de realizar uma leitura histórica da vida de cada um é muito mais que uma questão de ética profissional, mas sim de estar se aproximando cada vez mais do entediamento de muitas das expressões e sentimentos das famílias de nossos alunos, especialmente por serem todos com deficiência, uns mais leves e outros mais graves.
Ribas afirma que:
[...] grande parte das famílias não estão preparadas para receber um membro deficiente. Acredito mais: que não estão preparadas, principalmente porque receberam toda carga ideológica que reina no interior de nossa cultura. Deste modo, as reações podem ser as mais variadas: rejeição, simulação, segregação, super-proteção, paternalismo exacerbado, ou meso piedade ( RIBAS, 1985, p.22-23).
Esta afirmação de Ribas vem nos mostrar que é histórico e cultural a não aceitação da deficiência e o preconceito para com os deficientes, porém não significa que temos que aceitar e se calar diante dos fatos, mas precisamos ter clareza do que realmente contribui para estar atuando nesta área, sem esquecer do passado marcado por exclusão e de que hoje se fala e se espera uma inclusão com igualdade, porém o que de fato esta sendo feito para que isso aconteça? E nós, enquanto profissionais, estamos preparados? Qual o comprometimento do estado diante da inclusão com igualdade? Ou nossas crianças com deficiência estão sendo exploradas em campanhas eleitoreiras quando aparecem nos comerciais, mas depois são esquecidas, pois precisam estar mendigando um beneficio assistencial de um salário mínimo, isso quando a renda familiar for inferior a ¼ do salário mínimo, eles sobreviveriam com isso? É urgente esta reflexão.

 

Este artigo é de responsabilidade exclusiva do seu autor, não representando necessariamente a opinião do portal.

 

Comente estE ARTIGO

Mensagem
Nome
E-mail*
   
  * não será publicado.

 

Soluty Zulupa.com.br © 2010. Todos os direitos reservados.
contato@zulupa.com.br - (55) 99700 5946 / 99613 5633