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29/07/2011 01h07 - Atualizado em 29/07/2011 14h00

Diferenciação do Casal das suas Famílias de Origem e a Construção da Família Nuclear

Greice Quelle da Costa Greice Quelle da Costa
Graduanda em Psicologia pela URI Campus Santo Ângelo.

Pesquisa desenvolvida com orientação das mestres em psicologia Mariliane Adriana Monteiro e co-orientadora Sabrina Alves de Souza.


Entendemos a diferenciação do casal de sua família de origem como um processo no qual, após a união conjugal e a separação de suas famílias, o casal forma a sua própria e então, através de contratos implícitos e explícitos, eles decidem o que irão ou não repetir, buscando sempre o crescimento e o aprimoramento de sua nova família. Segundo Andolfi (2002) as áreas de mais influência da família de origem coincidem com as áreas da relação de casal como: o contrato conjugal, a gestão do conflito, o nascimento e a criação dos filhos, a alimentação, a produção e a distribuição dos recursos econômicos, a separação e o divórcio. Enfim, não existem áreas da relação conjugal nas quais as famílias de origem dos cônjuges não consigam entrar e fazer valer sua presença. Seja de forma invasiva ou discreta, as famílias de origem exercem uma influência profunda e determinante. Desta forma é importante que ocorra esta diferenciação/individuação, pois quanto mais independente for esta nova família da sua família de origem, mais maturidade ela terá para suportar pressões emocionais e sentir-se responsável pela sua estrutura.
Cada indivíduo tem sua história pessoal, experiências e aprendizagens nas quais cada uma delas depende, em grande parte, da formação que tiveram na infância, das informações que receberam e do exemplo que viram com seus pais. Quando duas pessoas se unem, essas disparidades de vivências podem ser enriquecedoras para a relação, desde que o casal, no processo de adaptação de suas diferenças, possa juntá-las para serem re-elaboradas e trabalhadas, chegando então ao contrato matrimonial decidindo o que irão repetir de suas famílias de origem e o que farão de diferente. Entretanto, é só no dia a dia da vida em comum que tais diferenças realmente aparecerão.
A indiferenciação na vida conjugal causa imaturidade, ansiedade crônica e reatividade emocional. Quanto maior é a dependência, menor será a tolerância de cada um em relação à diversidade do outro e maior será a ansiedade quando surgem diferenças inevitáveis.
Em minha pesquisa de cunho qualitativo pude averiguar como ocorre esse processo de diferenciação do casal das suas famílias de origem e qual a influência deste processo na construção da família nuclear. Investiguei também como cada um vive a experiência do casamento e como ocorreu o “contrato matrimonial”, estas questões foram expostas através de uma entrevista semi-estruturada realizada em quatro casais com filhos apenas da mesma relação matrimonial.
Pode-se perceber que na maioria dos cônjuges entrevistados a diferenciação ocorreu antes mesmo do casamento, no entanto para os homens este processo demonstrou ter sido mais tranquilo do que para as mulheres, pelo fato das mesmas serem mais ligadas aos seus familiares. Os casais relataram perceber seu casamento mais maduro, mais experiente e mais unido após a formação da família nuclear. Seus contratos matrimoniais são feitos cotidianamente por meio de conversas e combinações. Verbalizaram não haver interferência de suas famílias de origem em relação à construção de suas famílias nucleares, no entanto em duas famílias pude perceber de forma explicita que existem sim interferências, porém os mesmos parecem não se incomodar. Estas interferências geralmente acontecem quando se trata da criação de seus filhos e partem na maioria dos casos da família de origem da esposa. Verificou-se que esta entrevista fez com que os casais refletissem sobre seus processos de diferenciação de suas famílias de origem e a influencia delas em relação à sua nova família. Todos pareceram bastante interessados enquanto participavam da entrevista, e acredito que a mesma pode ter até mesmo auxiliado os casais neste processo em questão, pois eles precisaram pensar e verbalizar sobre o assunto.

 

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