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01/09/2011 20h51
Andando Ligeiramente Lento – ALL
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Sávio Hermes
Advogado e Escritor.
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Dia desses esperando o sono chegar, perto da meia-noite, escutei um apito, pitoresco, mas estranho. Pitoresco, por que era um clássico apito de trem. Estranho, por que de onde vem este trem? Lembrei então que o trem voltou, ao menos até a sede da adubos Trevo, na av. Exp. Weber.
Para isto, importa uma recapitulação dos fatos. A concessionária do trem fez um B.O. contra o município de Santa Rosa pela ocupação da área em frente ao quartel. Condição dita e desdita de várias formas pelos jornais e TV. E agora, mais recentemente, nova ação, contra a ocupação promovida pela Expocruzeiro, para a realização de seu evento.
Confesso que começa a atiçar minha curiosidade este estratagema utilizado pela concessionária do trem. De uma inércia, capaz de apodrecer até os barrotes que sustentavam os trilhos, para uma escalada polêmica, para fins de retomar a área, a comunidade passou a conviver diariamente com o movimento do trem.
Ocorreu-me também, não sei ao certo porque, nas ideias, a lenda do repórter da revista O Globo, que teria vindo, de trem, para estas plagas, a pedido (pago), para fazer uma matéria dizendo que esta não era uma terra de bandidos; havia sangue, faconaços, tiroteio, coronelismo, impunidade, mas tudo dentro da lei e da ordem.
Mas o que o maquinista do trem de hoje percebe em sua viagem? Será que tem maquinista ou é controlado via rádio? Existe alguma nostalgia nesta viagem, a exemplo do repórter viajante, em suas impressões na década de 30?
O trem segundo contam, trouxe o progresso até esta região, progresso que até então era barrado, lá pelas bandas de Santo Ângelo. Só que atualmente, não se vê euforia nenhuma com o trem. É quase um trem fantasma. Os poucos que sentiram a diferença foram os “jovens”, que estacionavam seus carros perto do depósito de adubo e agora não podem mais, devido uma proteção posta no local.
Será que alguém falou para o pessoal da ALL que no local onde estão os trilhos será construído, ou melhor, dado espaço ao maior parque longitudinal do estado do RS e que atende gentilmente pelo nome de Tape Porã?
O trem de hoje, se não fosse o apito, seria apenas mais um caminhão enferrujado que anda por ai, com sua carga, com seu destino certo, sem que isso signifique alguma grande novidade para nosotros. Sequer traz em sua bagagem, um repórter para glorificar nossas façanhas e mostrar o que de fato não somos.
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