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27/09/2011 10h53 - Atualizado em 30/09/2011 09h58
Onde me buscar
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Roque Aloisio Weschenfelder
Graduado em Letras, professor de Português, Inglês e Literatura, escritor premiado em dezenas de concursos literários e textuais diversos no Brasil e em Portugal, integra mais de meia centena de antologias literárias.
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Quem quiser me buscar procure o caminho do achar por veredas entre os bosques, grossas pedras a atravancar as passagens, misteriosos pássaros a piar nas copas das árvores, raios de sol em arco-íris tocável, brumas intercalando espaços com clarões de relâmpagos e trovões misturados aos gritos de macacos apavorados....
Para me encontrar precisa vir com lâmpadas na testa e no peito, coração à mostra, alma descoberta, corpo semi-nu, cabeça erguida sem receio dos espinheiros de unhas de gato a arranhar o rosto, cantarolando uma canção aos sussurros, chamando meu nome no meio da melodia, completando a sinfonia....
Para ter sucesso na busca terá de espiar, não parar, nem mesmo ante a pedra filosofal, não examinar plantas e nem solo, circundar crateras sem se deter para olhar em seu interior, simplesmente seguir em frente sempre....
Onde estou é um ermo cheio de almas feridas, machucadas pelo amor, sofridas de muita dor, refugiadas do mundo banal, infernal, descomunal; perplexas, reflexas, complexas, convexas...
É fácil me distinguir entre os gemidos perdidos; estou quieto, secreto, repleto de dizeres e afazeres do passado, presente e futuro, sou um sonho tristonho, medonho envolto em auras, um quase centauro...
Quem quiser me buscar pode me encontrar num simples sopro de vento na hora que o crepúsculo cair, é quando posso sair do encanto de meu próprio espanto e fico fácil presa de alguém que quiser me amar...
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Comentários
Fantástico seu texto, nos eleva as diversas dimensões do mundo espiritual, sem dogmas, sem preconceitos, nos remetendo para o meio das luzes verdes das matas, embalados pela melodia que energiza todo o nosso ser e nos fortalece para seguir na busca incessante de conhecimento, retirando o véu que demarca o ponto de plenitude do ser "alma" que somos.
Volmirr - 27/09/2011 15h39