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23/09/2019 22h36 - Atualizado em 23/09/2019 23h10

Milhões de Josés e Saletes

Paulo Schultz Paulo Schultz
Professor

A força de trabalho ativa do pais, hoje, é de aproximadamente 106, 2 milhões de brasileiros.

Destes, estão ocupados (em situação de trabalho) cerca de 93,6 milhões.

Dados do IBGE mostram um numero terrível: 41,3% destes trabalhadores ocupados na informalidade.

Ou seja: quase 38,7 milhões de brasileiros.

Supera o número de trabalhadores com carteira assinada, que é de 33, 1 milhões de brasileiros. 

Ainda, segundo o IBGE, 12,6 milhões de desempregados no país.

Falamos então, somados os trabalhadores desempregados, e os que estão na informalidade, de um contingente imenso de 51,3 milhões de brasileiros que, em sua quase totalidade, não devem estar contribuindo para a Previdência Social.

Ou seja: não estão protegidos pela previdência pública, e não estão computando tempo de contribuição para se aposentar.  

A previdência paga cerca de 35 milhões de benefícios mensalmente.

-20,3 milhões desse total são aposentadorias

-14, 7 milhões são pensões, auxílios, BPC ( benefício de prestação continuada), e outros.

66,5% de todos os benefícios pagos são de até 1 salário mínimo, apenas.

A queda na arrecadação da previdência tem sido contínua, especialmente de 2016 para cá, resultado do desemprego, da informalidade, e da recessão na economia.

Essa combinação de se ter quase a metade da força de trabalho ativa no país não coberta pela previdência, nem contribuindo para formar condições para poder se aposentar, somado ao fato de a arrecadação da previdência estar em queda contínua, pelas razões já citadas acima, compõem um quadro de barbárie.

Teremos uma previdência pública com enormes dificuldades de manter seus serviços de proteção e amparo social, e milhões de brasileiros que simplesmente nunca se aposentarão. 

Não se aposentarão pelas regras atuais, dada a condição de desemprego, informalidade e de precariedade crescente dos empregos atuais (esta última, uma situação gerada pela miserável reforma trabalhista feita no governo ilegítimo de Temer).

E também não se aposentarão com a reforma da previdência do governo Bolsonaro, se aprovada.

Quantos trabalhadores conseguirão contribuir por 40 anos, num quadro de escassez e precariedade de trabalho formal?

E de crescente informalidade, que traz uma imposição de mais dificuldades de renda? 

São e serão milhões de Josés e Saletes, a ter sua velhice condenada ao desamparo e à miséria indigna.

A previdência proposta por Bolsonaro e seu governo é isso: uma perversa crueldade, feita para atender interesses do mercado (esse inimigo invisível). Sobre essa crueldade por sobre milhões de brasileiros, há numa certeza:

Bolsonaro está cagando e andando para todos.

É o que melhor ele sabe fazer.

Merda. Com crueldade.

 

Foto: Internet Foto: Internet

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Comentários

Muito boa a coluna, Paulo Schulz. São dados estatísticos. Não há como se contrapor a essa realidade com mentiras. O Brasil saiu dos trilhos quando apostou numa insana mudança de rumo. O país viveu sua glória até 2013, quando tínhamos uma situação de pleno emprego no país. A pressão externa aliada a ignorância interna, permitiu trocar o céu pelo inferno. Agora, todos estão queimando. Estão ardendo na dor do desemprego, do corte na educação, dos salários precários, do esfacelamento do Estado. Não acredito que o Brasil vai continuar esse devaneio e aprofundar o seu próprio caos. O nosso povo não merece ser tratado como gado. Mas, enfim, cada um é livre para cometer a bobagem que quiser, porém, tem que arcar com suas responsabilidades. Vai passar! Como dizia Mário Quintana: "Eles passarão, nós passarinhos"

Paulo Schmidt - 24/09/2019 07h48

 

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