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29/06/2021 19h26 - Atualizado em 29/06/2021 19h32
Coisas que enjoam
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Paulo Schultz
Professor
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Todo e qualquer excesso acaba por provocar uma sensação de fastio e enjôo.
Funciona assim com quase tudo na vida.
Inclusive com coisas que normalmente as pessoas gostam demais.
E se é assim com coisas que se gosta muito, muito mais será com coisas que se detesta.
Por quantas e quantas vezes temos que suportar determinadas situações que causam sofrimento ou aturar pessoas que detestamos, e as temos que aturar por uma duração de tempo que parece infinita.
O país teve que suportar, por exemplo, 21 anos de ditadura militar, e mesmo que uma parcela considerável da população a rejeitasse, tinha que aturá-la sob a força do silêncio imposto e do medo.
Pensando no agora, aquilo que ocupa o maior espaço de tempo e de atenção da mídia e das redes sociais, é algo que para a maioria causa repugnância.
Falo aqui do capitão Messias.
O excesso de exposição diária, desde o início de seu governo, de sua imagem, de suas falas, de suas atitudes grotescas, saturou.
Somente uma minoria ainda faz coro de apoio e deleite bovino.
A grande maioria dos brasileiros não suporta mais ouvir aquela voz, nem a estupidez e a bizarrice do conteúdo de suas falas, tampouco ver a imagem daquela figura trevosa.
Claro que ele é o ápice em termos do que as pessoas mais saturaram ou enjoaram hoje no país, mas tem outras tantas figuras, com menor impacto, mas também nauseantes.
Quem não torrou a paciência com previsões absolutamente furadas da Mãe Dináh dos Pampas, Osmar Terra?
Não bastasse ser um grande vendedor de miragens, entrou em uma linha sem volta de agradar a horda bolsonarista, a fim de captar um novo nicho de mercado eleitoral.
O problema é que nessa movimentação toda, junto com as posições políticas histriônicas, vieram as previsões invariavelmente furadas.
Em sequência pandêmica, e com convicção.
Deu náusea.
E assim vamos.
Dia sim, outro também.
Nos saturando de ter que suportar um tempo de imbecilidades e bizarrices, onde ser assim é motivo de orgulho, com direito à pose para as redes.
É o tempo.
Mas ele passa.
Vai passar.
De resto, resistimos.
Como diz o humorista André Damasceno:
"Não me faz te pegar nojo".
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Comentários
Concordo com tudo o que você escreveu. O consolo é que a cada dia que passa é um dia a menos desse boçal na presidência.
Rosane - 01/07/2021 11h02
Muitas coisas na atual conjuntura me causam nojo, fastio e enjôo!!!
Neemias - 30/06/2021 21h21
Esse governo será conhecido como o maior genocídio da humanidade por objetivo de corrupção. Não se trata de mera corrupção, mas é corrupção para produzir o genocídio.
Nojo será muito pouco o que se sentiremos.
ADALBERTO PAULO KLOCK - 30/06/2021 08h10
Mas acertastes na mosca com esse teu texto, Paulo. Nós estamos mesmo enojados até de ouvir a voz desse traste genocida, e suas bizarrices diárias.
É muito absurdo, é grotesco, é tacanho, imbecil demais da conta tudo que ele faz e diz.
Mas há de ter um basta, senão no impeachment, nas urnas. Mesmo que o trabalho terá que ser árduo, vamos vencer essa batalha. Vamos resistir e vencer!
Rose Bitencourt - 29/06/2021 23h51