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17/09/2019 21h00

Policiais civis e militares fazem primeiro protesto unificado no governo Leite

Luís Eduardo Gomes

 

Quase nove meses. É o que parece ter durado a trégua dos policiais militares ao governo Eduardo Leite (PSDB). Nesta terça-feira (17), centenas de PMs e bombeiros militares, da ativa e aposentados, se manifestaram diante do Palácio Piratini, em Porto Alegre, contra a inclusão das categorias na reforma da Previdência, a retirada de direitos e a continuidade do parcelamento e dos atrasos salariais. Simultaneamente, os policiais civis, que já vinham se mobilizando mais fortemente ao longo do ano, também realizaram uma marcha na tarde desta terça, que partiu do Palácio da Polícia e acabou na frente do palácio. Por volta das 16h, uma comitiva das categorias foi recebida pelo chefe da Casa Civil, Otomar Vivian.
Além do pagamento em dia dos salários, as categorias também cobram do governo aumento do efetivo por meio da convocação de aprovados em concursos e que ele não envie para a Assembleia Legislativa projetos complementares à reforma da Previdência federal para mudar as regras das aposentadorias dos servidores estaduais. Uma das propostas defendidas pelo governo é o aumento da alíquota previdenciária de 14% para 22% para aqueles que ganham acima do teto do INSS (R$ 5,8 mil).
“Acho que é a primeira reação forte por parte dos servidores públicos em relação ao governo. A gente está na iminência de sofrer uma série de ataques, há cinco anos com salários atrasados, com presos em delegacias, com possibilidade de aumento das alíquotas das previdências, com aposentadorias representados, quase 50% do efetivo. A gente vê como positiva essa primeira manifestação, mas temos que multiplicar isso”, disse Fábio Castro, vice-presidente da Ugeirm, sindicato que representa os servidores da Polícia Civil do Rio Grande do Sul. “É uma manifestação em conjunto com a BM contra tudo isso que está acontecendo. Queremos ter o direito de nos aposentarmos e queremos o direito de trabalhar em paz, com salários em dia”, complementou Isaac Ortiz, presidente da Ugeirm.
Durante as falas no carro de som posicionado em frente ao palácio, tanto os representantes da BM como os da Civil lembraram dos policiais mortos em serviço nos últimos anos. Somente em 2019, quatro policiais militares e um policial civil morreram em serviço no Rio Grande do Sul. “Um deputado teve a ousadia de nos chamar de privilegiados. Num dia como hoje, eu convido esses deputados a ir na casa dos policiais que perderam a vida e pergunte aos familiares se eles são privilegiados”, disse Ortiz.
Na mesma linha, Ubirajara Pereiro Ramos, coordenador-geral da Associação de Bombeiros do Estado do Rio Grande do Sul (Abergs), questionou o argumento de que a não inclusão dos policiais e bombeiros na reforma da Previdência seria conceder privilégios a essas categorias. “Hoje, estão dizendo que os policiais militares são ricos em privilégios. Nós somos profissionais de uma atividade diferenciada e estamos aqui nesse movimento, que está ocorrendo em todo o restante do Brasil, para provar ao nosso governador e aos demais governadores que precisamos manter a nossa paridade, a nossa integralidade e os nossos direitos iguais aos das forças militares federais”, disse.
Segundo Ramos, as categorias também querem que policiais e bombeiros militares sejam contemplados pelo projeto de lei que tramita em Brasília prevendo a reestruturação das carreiras militares federais. O projeto está sendo tratado em uma comissão especial do Congresso. “Infelizmente, nós temos informação que o nosso governador está pressionando para que policiais e bombeiros não estejam junto com as demais forças armadas”, disse.
Aparício Santellano, presidente da Associação dos Sargentos, Subtenentes e Tenentes da Brigada Militar (ASSTBM), ainda reclamou que o governador Leite se elegeu prometendo dialogar com todas as entidades, mas não conversa. “Ele só fica fazendo terrorismo, dizendo que vai tirar isso, tirar aquilo. Nós queremos um diálogo imediato”, disse. “Quem faz a segurança do povo gaúcho merece tranquilidade e garantias constitucionais que nós conquistamos ao longo do tempo, e o governador não está respeitando isso. Nós esperamos que ele fique sensível a isso, assim como vamos buscar o apoio na Assembleia Legislativa para que nós não venhamos a perder direitos, algo que já vem ocorrendo há bastante tempo”, complementou.
FONTE: SUL 21

 

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